A humanidade enfrenta hoje uma crise global. Talvez a maior crise da nossa geração. As decisões que as pessoas e os governos tomarão nas próximas semanas provavelmente moldarão o mundo nos próximos anos. O novo vírus, oficialmente denominado Covid-19, é mais perigoso do que o que pensamos – até o momento, cerca de 20% dos casos confirmados foram classificados como graves ou críticos. Entre 15 a 20% dos casos hospitalares foram classificados como “graves” e a taxa de mortalidade atual varia entre 0,7% e 3,4%, dependendo da localização e, crucialmente, do acesso a bons cuidados hospitalares. (fonte: Telegraph.co.uk)
À data que vos escrevo, o Covid-19 é uma epidemia mundial. Contam-se mais de 400 mil casos confirmados e 18 mil mortes. O mundo está a sofrer uma transformação nunca antes vista e estes números não param de aumentar em todos os continentes.
Para travar a epidemia, populações inteiras precisam obedecer a diretrizes impostas pelos governos só vistas num filme de ficção: ficar em casa, encerramento de escolas, interromper produções, isolamento social obrigatório. O vírus não escolhe nacionalidade, idade ou género. Todos corremos o risco de contágio. Nunca é demais salientar a importância de ficar em casa e evitar o contacto social a todo o custo.
Vivemos numa espécie de pausa obrigatória no nosso sistema social e económico, em todo o mundo, que nos obriga a reinventar e viver de maneira diferente. Todo o mundo se questiona, estupefacto, como travar este vírus e como superar esta ameaça. Mas outra questão surge…que tipo de mundo habitaremos depois disto tudo? Sim, a tempestade passará, a humanidade sobreviverá, a maioria de nós ainda estará viva – mas habitaremos um mundo diferente.
Com estes números alarmantes em Portugal e no Mundo, conceitos como teletrabalho, tele-escola e telemedicina insurgem como uma necessidade absoluta, estando mais presentes do que nunca nas nossas vidas.
Li recentemente um artigo na Radiology Business onde recomendavam fortemente a utilização de ecógrafos como forma de rastreio de Covid-19 e de casos de pneumonia.
Estas referências fazem-nos de imediato pensar na seguinte situação: e se fosse possível fazer este diagnóstico de ultrassons à distância, protegendo pacientes e profissionais de saúde? Decerto que este não é o momento certo para tal. E no futuro não poderá ser?
Uma das áreas de atuação chave na Sensing Future é precisamente a telemedicina. Neste sentido, A Sensing Future Technologies, em conjunto com a Universidade de Coimbra, o Instituto Pedro Nunes e o Hospital da Luz desenvolveram o sistema ROSE, um sistema que permite fazer ecografias à distância em qualquer parte do mundo.
Um novo paradigma de diagnóstico por tele-ecografia será estabelecido com o sistema ROSE, mediante o qual médicos e pacientes podem interagir sem necessidade de proximidade física. Cada sistema ROSE inclui duas estações ergonómicas robotizadas (uma do lado médico e outra do lado do paciente).
Combinando estes elementos, o ROSE permitirá a interação entre múltiplos médicos e pacientes, mitigando inconvenientes de viagens quer do lado do paciente quer do lado médico, e criando novos serviços tais como a supervisão técnica à distância e colaboração internacional.
Este sistema totalmente remoto recorre às mais recentes novidades na telemedicina e robótica médica. Os seus dispositivos hápticos permitem que o médico consiga sentir quando e como toca no paciente, praticamente como se estivesse no próprio local. Estou certo de que o mundo de amanhã, diga-se após o controlo desta epidemia, será diferente e que as vantagens do recurso a telemedicina irão ser vistas com outros olhos. Veja-se que a telemedicina resolve grandes desafios:
1️⃣ Otimiza recursos nas redes hospitalares com regiões remotas ao evitar deslocações desnecessárias de pacientes e profissionais de saúde
2️⃣ Quebra barreiras geográficas, alargando cuidados de saúde a qualquer parte do mundo
3️⃣ Em casos de epidemia mundial como aquele em que vivemos, poderá ser uma ferramenta de proteção dos profissionais de saúde e para prestar cuidados mais longe
Como acha que será o futuro da medicina depois desta epidemia? Partilhe e deixe a sua opinião! 🙂
Saiba como se proteger em covid19.min-saude.pt Siga as atualizações da Organização Mundial de Saúde sobre o Covid-19.
Rui Pinho
Sensing Future Technologies